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Mostrando postagens de maio, 2017

Sobre as incertezas da vida...

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A vida é realmente uma viagem, um labirinto no qual devemos ser Teseu e matar o Minotauro ao menos uma vez por dia. Em diversos momentos, as dúvidas permeiam nossa existência e estar num lugar nem sempre parece o certo a se fazer. Mas é isso que é bonito, achar nas intempéries dessa saga motivos para não desistir de sair desse labirinto. Terá dias na vida que vamos acodar meio Chico Buarque, sentindo-se como quem partiu ou morreu, mas também haverá dias que vamos mostrando como somos e sendo como podemos, mostrando, como os Novos Baianos, que podemos ser o mistério do planeta. Os medos e incertezas sempre estarão nos rodeando. Nessa jornada, nunca conseguimos edificar casas em pedras, sempre será em areia. A cada passo dado, uma possibilidade de novas páginas surgirem acontece e isso é maravilhoso. As mudanças nem sempre são boas mas o crescimento que elas trazem são sempre aprendizado, nosso saldo no fim sempre é positivo, porque na nossa miséria humana, achamos motivos para ...

"A noite é dos poetas, das putas e dos que morrem por amor"

Existe uma frase que diz “a noite é dos poetas, das putas e dos que morrem por amor”. Sempre me peguei pensando se esses três podem existir um sem o outro num mesmo ser e cheguei a conclusão de que não, os três coexistem na mesma pessoa. A noite é algo que pertence a nós, os loucos de amor, os que sofrem pela ausência dele, pela falta de reciprocidade ou somente por sentir demais. Somos doidos, doidos por sermos um poço de sentimentos num deserto de indiferença. Quem é um ama nte, por si só já vira poeta. Ou existe uma poesia maior do que sentir essas milhões de sensações que nos agitam, nos fazem transbordar e morrer um pouco por dia e mesmo assim ter um porquê para se manter vivo no fim? Não há. E, se somos poetas, loucos de amor, somos também putas, meretrizes baratas que se contentam em receber um amor vazio, de quem é desguarnecido de profundidade e reciprocidade, um amor que jamais vai pagar os serviços do nosso coração.

A mulher do ônibus

Numa das minhas viagens de ônibus vindo para casa, nessas que demoram mais do que o esperado, sentei-me ao lado de uma mulher. Ela aparentava ter uns 36 anos, mas com páginas de história estampadas em seu rosto já um pouco envelhecido. Ela estava com o celular aberto em uma conversa com um contato intitulado “amor”. Bem, não que eu seja curiosa, mas no ônibus não se tem muito o que fazer e olhar a conversa foi o que me restou. A mensagem enviada foi   “onde vc está?”. Enquanto a resposta   não vinha, o celular continuava ligado, nem a tela bloqueada ela deixava. Estava muito impaciente e seu corpo dizia isso. As pernas balançavam continuamente, as   mãos trêmulas e o suor escorrendo pela testa. O olhar daquela mulher conseguia se perder na paisagem que o vidro nos permitia contemplar   e voltava   para o celular em menos de 5 segundos, na esperança de ter recebido a resposta tão esperada. Bem, a viagem durou 2 horas, chegamos à rodoviária e nenhuma mensagem hav...