Sobre despedidas
Sobre despedidas.... Bem, elas ocorrem a todo momento. Nos despedimos do
presente a cada segundo que passa e vira passado, nos despedimos do
futuro que chega virando presente. Ela está no nosso cotidiano. Está no
abraço que você dá em um amigo depois de uma tarde gostosa que passaram
juntos. Está na saudade que sente de casa quando sabe que vai se mudar.
Está presente nas trocas de palavras com a amiga que vai para outro
país. As despedidas traçam nosso destino, estamos à mercê
delas o tempo todo. Nos despedimos de pessoas que não são mais
importantes, nos despedimos de roupas que não nos servem mais, de livros
que já lemos, de músicas que nos lembram quem não deve ser lembrado.
Todos os dias, quando dormimos, nos despedimos do dia que foi vivido. A
despedida é difícil, dói no âmago do nosso coração, mas traz a esperança
de reencontros e de recomeços. Quando damos um último abraço, queremos
que o tempo passe para que outro abraço seja dado e aquele último deixe
de ser o último. Assim é a esperança que a despedida traz consigo.
Despedidas não são pontos finais, só se quisermos. Podemos fazer delas
apenas vírgulas. O tempo corre, e pode ser tarde, tarde, mas sabe aquele
novo dia? Aquele novo segundo? Aquela viagem de volta? O abraço na
amiga que se mudou e faz tempo que você não vê? Eles estão ali,
esperando para acontecer. Então, despeça-se das despedidas.
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